
Ditadura
militar durante a segunda metade do séc. XX, não foi uma exclusividade apenas
no Brasil, ela também fez parte do cotidiano de vários vizinhos latino
americanos. Devido a pertencer a uma área de influência Norte Americana,
durante a chamada Guerra fria, vários países sofreram intervenção militar para
conter a uma chamada “ameaça comunista”. Vejamos algumas delas.
A
ditadura brasileira foi a única a utilizar-se de outros Poderes para legitimar
um regime de exceção, conforme especialistas em ditaduras militares na América
Latina. Em comparação com os regimes ditatoriais do Chile, Argentina e Uruguai,
por exemplo, a ditadura brasileira pode não ter sido a mais violenta em número
de mortes, mas isso não significa que ela foi menos cruel com seus opositores.
O
professor-doutor de História do Brasil da Universidade Federal do Rio de
Janeiro (UFRJ), Renato Luís de Couto Neto e Lemos, afirma que o regime militar
brasileiro teve algumas peculiaridades como um regime econômico voltado ao
desenvolvimentismo e à visão de que os demais Poderes - Judiciário e
Legislativo - eram essenciais para a manutenção do regime de exceção. “Era
muito complicado dominar apenas com base na força”, afirma o professor.
Após
a Revolução Cubana (1961), que derrubou o ditador Fulgêncio Batista, os EUA
acirrou a política de contenção do avanço comunista na América, estimulando os
sucessivos golpes de estado engendrados pelos militares nos anos seguintes. O
primeiro país na América do Sul onde os militares tomaram o poder foi o Brasil (1964), que serviu de modelo
para os golpes seguintes: na Bolívia
(1964), Argentina (1966), Peru (1968), Uruguai (1973), Chile
(1973), entre outros.
Os
governos militares adotaram a Doutrina de Segurança Nacional, ideologia na qual
o aparelho de estado estava voltado para o combate daqueles que não se identificavam
com os regimes e eram entendidos como “inimigos da nação” e associados ao
“comunismo”. A colaboração entre os países do Cone-sul na repressão àqueles que
resistiam aos regimes ditatoriais chamou-se Operação Condor. A Operação Condor foi responsável pela troca de
informações entre as ditaduras e pela tortura, pelos assassinatos de
dissidentes e pelo desaparecimento de filhos de revolucionários.
A
Argentina vivera uma grande
instabilidade política desde os anos de 1955, quando os militares produziram o
primeiro golpe, depondo o presidente Perón. Os anos seguintes foram marcados
pela perseguição ao peronismo e resultaram em um novo golpe militar, no ano de
1966, quando o General Ongania toma o poder. Após desencadear uma intensa
repressão, Ongania perdeu o apoio e, em 1973, Perón foi novamente eleito. O
presidente falece deixando a presidência para Isabelita Perón, sua esposa e
vice-presidente. Um novo golpe militar retirou Isabelita do poder, em 1976. Os
militares governaram o país até 1983. Durante estes anos estima-se que o
governo foi responsável pelo desaparecimento de cerca de trinta mil pessoas.
No
Chile o golpe militar de 1973
derrubou o governo socialista democraticamente eleito de Salvador Allende. O
governo de Allende contrariava as intenções norte-americanas, por isso, a CIA
passou a financiar e incentivar os militares a tomar o poder. No dia 11 de
setembro daquele ano, o general Pinochet, que até então participara do governo
de Allende, lidera as forças armadas na tomada do governo. Allende recusa-se a
deixar o palácio de La Moneda, sede da presidência, que é bombardeado por
aviões e tomado pelos militares. O presidente se suicida e Pinochet passa a
governar. A repressão no Chile é intensa, o número de presos políticos foi tão
grande nos primeiros dias que estádios de futebol foram transformados em
prisões. Milhares de pessoas foram fuziladas e enterradas em covas coletivas. O
governo militar acabou em 1990, quando Pinochet deixou o poder.
No
Chile o golpe militar de 1973
derrubou o governo socialista democraticamente eleito de Salvador Allende. O
governo de Allende contrariava as intenções norte-americanas, por isso, a CIA
passou a financiar e incentivar os militares a tomar o poder. No dia 11 de
setembro daquele ano, o general Pinochet, que até então participara do governo
de Allende, lidera as forças armadas na tomada do governo. Allende recusa-se a
deixar o palácio de La Moneda, sede da presidência, que é bombardeado por
aviões e tomado pelos militares. O presidente se suicida e Pinochet passa a
governar. A repressão no Chile é intensa, o número de presos políticos foi tão
grande nos primeiros dias que estádios de futebol foram transformados em
prisões. Milhares de pessoas foram fuziladas e enterradas em covas coletivas. O
governo militar acabou em 1990, quando Pinochet deixou o poder.
No começo da década de 1970, o Chile
apresentava uma economia dependente dos investimentos externos (principalmente
de multinacionais). Embora com boa industrialização, o sistema econômico chileno
apresentava grandes desigualdades sociais, sendo que uma significativa parcela
da sociedade vivia em situação de pobreza.
No campo político, o embate entre
capitalistas e socialistas, reflexo da Guerra Fria, dividia o país. Os partidos
conservadores queiram manter o alinhamento com os Estados Unidos, defendendo
reformas moderadas dentro do sistema capitalista e da ordem política em vigor.
Por outro lado, os socialistas queriam mudanças radicais através de uma
revolução que pudesse promover rupturas econômicas, conduzindo o país para o
campo do socialismo.
Em 1970, foi eleito para a presidência o
socialista Salvador Allende com apoio da Unidade Popular (grupo de partidos de
esquerda). A intenção deste governo era, através de reformas socialistas,
combater a desigualdade social e promover o crescimento econômico. Desta forma,
o Chile seria conduzido, sem violência, para um Estado socialista.
Nacionalização de recursos minerais (principalmente o cobre) e reforma agrária
eram os principais pilares de Allende. Porém, estas medidas consideradas
socialistas despertaram forte contrariedade nas Forças Armadas do Chile, na
classe média, no meio empresarial e também nos Estados Unidos, que não queriam
o país alinhado com a União Soviética.
Em 1973, ano do golpe militar, a crise
econômica se agravou. A inflação estava na casa dos 300% e o PIB em queda.
Estes fatores geraram uma grande insatisfação com o governo socialista de
Salvador Allende.
Golpe Militar de 1973
Em 11 de setembro de 1973, as Forças Armadas
do Chile, através de um golpe de Estado, derrubaram o governo de Salvador
Allende e deram início a um governo militar no país. Durante o Golpe, o Palácio
de La Moneda (sede do governo) foi bombardeado pelo exército. Salvador Allende,
antes das tropas o prenderem, se suicidou. Começava assim a ditadura militar no
Chile, que foi governado por quase 17 anos pelo general Augusto Pinochet.
Principais características políticas do
regime militar chileno:
- Perseguição política e prisão aos opositores
(políticos, artistas, estudantes, líderes sindicais, entre outros);
- Tortura, repressão violenta e execução de
opositores;
- Censura às emissoras de rádio, jornais,
televisão e outros meios de comunicação;
- Fechamento de partidos políticos;
- Violações aos direitos humanos;
- Restrição à liberdade de expressão;
- Política anticomunista;
- Alinhamento político ao bloco capitalista,
liderado pelos Estados Unidos.
- Forma autoritária de governar.
Características econômicas:
- Aumento da desigualdade social;
- Política econômica neoliberal;
- Abertura da economia para empresas
multinacionais;
- Privatizações de empresas estatais;
- Redução de gastos do setor público;
-
Controle de juros através do Banco Central;
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