terça-feira, 9 de maio de 2023

 

Prof. Lemuel História da Arte

O ARTISTA  EXPRESSA O SEU TEMPO, ATRAVÉS DO QUE ELE VÊ.

Competência: Compreender a arte como saber cultural e estético gerador de significação e integrador da organização do mundo e da própria identidade.

 Objetivos:

Entender que a arte é um saber cultural coletivo que gera significado e que integra a organização do mundo e da própria identidade.

Habilidade 13 – Analisar as diversas produções artísticas como meio de explicar diferentes culturas, padrões de beleza e preconceitos.

Habilidade 12 – Reconhecer diferentes funções da arte, do trabalho, da produção dos artistas em seus meios culturais.

Arte contemporânea

É a arte do nosso tempo. Marcada pela quebra de padrões, pela liberdade total de criar, representar e propor situações e também pela pesquisa e uso das novas tecnologias (vídeo, holografia, som, computador, etc.). A arte contemporânea se aproxima da vida. Nela, tudo pode ser incorporado. O expectador é provocado e convidado às mais variadas reflexões.  A arte se integra à própria vida. Beleza, feiura, ironia, política, percepções, sensações, sucata, lixo, e até o próprio corpo, tudo pode ser material artístico.

 

Na Arte Contemporânea há exploração de todos os sentidos, não só da visão, mas também o tato, paladar e audição, exigindo do público, muitas vezes, uma participação ativa para que a obra se realize. Mudaram os tempos, mudou a arte e sua função. Não esqueçamos que a arte é histórica, e cada vez mais política e provocativa; porém, sempre original e criativa.

FUNÇÕES DA ARTE

Cada sociedade vê a arte de um modo diferente, segundo a sua função. Nas sociedades indígenas e africanas originais a arte não era separada do convívio do dia-a-dia, mas presente nas vestimentas, nas pinturas, nos artefatos, na relação com o natural e o sobrenatural, onde cada membro da comunidade podia exercer uma função artística.

Somente no séc. XX a arte foi reconhecida e valorizada por si, como objeto que possibilita uma experiência de conhecimento estético. Ao longo da história da arte podemos distinguir três funções principais para a arte:

a PRAGMÁTICA ou UTILITÁRIA; a NATURALISTA;  a FORMALISTA.

FUNÇÃO PRAGMÁTICA OU UTILITÁRIA

A arte serve como meio para se alcançar um fim não artístico, não sendo valorizada por si mesma, mas pela sua finalidade.  A arte pode estar a serviço para finalidades pedagógicas, religiosas, políticas ou sociais.

FUNÇÃO NATURALISTA

O que interessa é a representação da realidade ou da imaginação o mais natural possível para que o conteúdo possa ser identificado e compreendido pelo observador.  A obra de arte naturalista mostra uma realidade que está fora dela, retratando objetos, pessoas ou lugares. Para a função naturalista o que importa é a correta representação (perfeição da técnica) para que possamos reconhecer a imagem retratada; a qualidade de representar o assunto por inteiro; e o poder de transmitir de maneira convincente o assunto para o observador.

FUNÇÃO FORMALISTA

Atribui maior qualidade na forma de apresentação da obra preocupando-se com seus significados e motivos estéticos. A função formalista trabalha com os princípios que determinam a organização da imagem – os elementos e a composição da imagem. Com o formalismo nas obras, o estudo e entendimento da arte passaram a ter um caráter menos ligado às duas funções anteriores importando-se mais em transmitir e expressar ideias  e emoções através de objetos artísticos.

O QUE É O REPRESENTACIONALISMO ?

O representacionalismo é a mais antiga concepção sobre a natureza da arte, sugerindo que a sua função é a de representar alguma coisa. Platão e Aristóteles concebiam a arte como imitação ou mímese, ou seja, uma representação naturalista da realidade. Assim, a pintura imita a natureza, o drama imita a ação humana. A música instrumental, por exemplo, não parece imitar coisa alguma.

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Segundo as teorias expressivistas, a arte é expressão de emoções. As teorias expressivistas da arte são mais novas, embora sinais dela já pudessem ser encontrados na antiguidade, como na teoria aristotélica da função catártica da obra de arte como purgação das emoções. Para os expressivistas a arte é para o mundo interior das emoções como a ciência para o mundo exterior. A ciência tem como objeto eventos físicos enquanto a arte tem como objeto as emoções humanas que ela exprime.

Linguagens das Artes

Na arte da contemporaneidade, novas linguagens artísticas são desenvolvidas (instalação, vídeo arte, performance, body-art, arte digital, etc.), de acordo com a incorporação das novas tecnologias e de novas formas de pensar. Vejamos mais detalhadamente algumas dessas novas linguagens:

Arte de instalações (krafts) é uma manifestação artística onde a obra é composta de elementos organizados em um ambiente fechado. A disposição de elementos no espaço tem a intenção de criar uma relação com o espectador.

Performance,  é uma forma de arte que pode combinar elementos do teatro, da música, da dança e das artes visuais. Situa-se no limite entre o teatro e as artes plásticas, onde o artista funciona como uma escultura viva, “interpretando” sua mensagem.

Dois artistas que marcaram presença nas décadas de 60 e 70 no Brasil com propostas artísticas experimentais foram Lygia Clark e Hélio Oiticica.

A ARTE MODERNA COM A ARTE CONTEMPORÂNEA

Arte Moderna = Sociedade de consumo

Arte Contemporânea = Sociedade de comunicação

Alguns afirmam que o período da arte moderna terminou por volta da década de 1950.

Agora vamos olhar para os movimentos modernos e contemporâneos na arte:

– Se a obra moderna faz de seu objeto principal a materialidade da cor e da forma, a obra contemporânea faz de si mesma, um objeto, a arte-objeto.

– Se a Arte Moderna propõe uma revolução no universo das sensações e da forma, a Arte Contemporânea a propõe no campo das ideias, abrangendo esferas não artísticas como a política, o corpo, a sexualidade, a filosofia, a ética e demais interfaces estabelecidas pela produção cultural de nossos dias.

– Enquanto a Arte Moderna ressalta a autonomia da obra de arte, separando-a da vida real, a Contemporânea contextualiza a obra, aproximando-a da vida e do seu contexto social.

– Com a Arte Contemporânea o espectador está definitivamente banido do seu lugar de mero contemplador da arte; ele é intimado a participar, a pensar, a penetrar no universo de criação.

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– A Arte Contemporânea extrapola os limites anteriores, criando novas e infinitas linguagens e meios expressivos para a arte.

Podemos concluir a partir do que vimos acima, que são bastante complexas as transformações propostas tanto pela modernidade como pela contemporaneidade na arte. Mas é importante que percebamos que os movimentos nascem uns dos outros, desenvolvem-se uns a partir dos outros e de seus contextos. E, é importante destacar, se revisitam continuamente.

Concluindo, lembremo-nos sempre que uma obra de arte não é um ponto final, que condensa concepções e preceitos; ela implica em um processo iniciador, o ponto de partida para se repensar e refletir a arte e a vida.

Bibliografia:  Do Moderno ao Contemporâneo – Kátia Canton

Exercício –  O ARTISTA  EXPRESSA O SEU TEMPO, ATRAVÉS DO QUE ELE VÊ.

Questões:

 

1.   O que é Arte Contemporânea?

2.   Ao longo da história da arte podemos distinguir três funções principais para a arte:

a UTILITÁRIA; a NATURALISTA;  a FORMALISTA.  Explique cada uma das funções.

3.   Como Platão e Aristóteles concebiam a arte ?

 

4.   Segundo as teorias expressivistas a arte é expressão de emoções. O que a teoria propõe?

 

 

5.   Na arte da contemporaneidade, novas linguagens artísticas são desenvolvidas, quais são elas?

 

6.   Sobre as propostas da arte moderna e contemporânea, cite alguns pontos.

 

7.Como a autora conclui a discussão entre a arte moderna e a arte contemporânea?

 

 

segunda-feira, 3 de abril de 2023

terça-feira, 7 de março de 2023

 


Resumo mito da caverna   @lemuelfreire

Mito da Caverna, também conhecido como Alegoria da Caverna, foi escrito por Platão, um dos mais importantes pensadores da história da Filosofia.

O Mito da Caverna é uma metáfora que sintetiza o dualismo platônico. Por exemplo, a relação entre os conceitos de escuridão e ignorância; luz e conhecimento e, principalmente, a distinção entre aparência e realidade, fundamental para sua teoria do Mundo das Ideias.

Foi escrito em forma de diálogo e pode ser lido no livro VII da obra A República, o Mito da Caverna é também uma espécie de homenagem de Platão ao seu mestre, Sócrates.

Platão descreve que alguns homens, desde a infância, geração após geração, se encontram aprisionados em uma caverna. Nesse lugar, não conseguem se mover em virtude das correntes que os mantém imobilizados.

Virados de costas para a entrada da caverna, veem apenas o seu fundo. Atrás deles há uma parede pequena, onde uma fogueira permanece acesa.

Por ali passam homens transportando coisas, mas como a parede oculta o corpo dos homens, tudo o que os prisioneiros conseguem ver são as sombras desses objetos transportados.

Essas sombras projetadas no fundo da caverna são compreendidas pelos prisioneiros como sendo todo o que existe no mundo.

Certo dia, um dos prisioneiros consegue se libertar das correntes que o aprisionava. Com muita dificuldade, ele busca a saída da caverna. No entanto, a luz da fogueira, bem como a do exterior da caverna, agridem os seus olhos, já que ele nunca tinha visto a luz.

O ex-prisioneiro pensa em desistir e retornar ao conforto da prisão a qual estava acostumado, mas gradualmente consegue observar e admirar o mundo exterior à caverna.

Entretanto, tomado de compaixão pelos companheiros de aprisionamento, ele decide enfrentar o caminho de volta à caverna com o objetivo de libertar os outros e mostrar-lhes a verdade.

No diálogo, Sócrates propõe que Glauco, seu interlocutor, imagine o que ocorreria com esse homem, em seu regresso.

Glauco responde que os outros, acostumados à escuridão, não acreditariam no seu testemunho e que aquele que se libertou teria dificuldades em comunicar tudo o que tinha visto. Por fim, era possível que o matassem sob a alegação de perda da consciência ou loucura.

Interpretação da Alegoria da Caverna

Na Alegoria da Caverna, Platão faz uma crítica sobre a importância da busca pelo conhecimento e o abandono da posição cômoda gerara pelas aparências e pelos costumes.

Nessa metáfora, as correntes representam o senso comum e a opinião (os pré-conceitos) que aprisionam os indivíduos e os impede de buscar o conhecimento verdadeiro e com que vivam em um mundo de sombras.

Atividades...

1)    Faça um resumo em seu caderno desta alegoria ...

2)    Explique o mito da caverna com suas palavras.

 

 

quinta-feira, 2 de março de 2023

 

História de Goiás parte 1.

A Matutina Meiapontense     @lemuelfreire

Oito anos após a formação de um Brasil independente, em 1830, o intelectual e comerciante de Goiás, Joaquim Alves de Oliveira, financiou a compra de um maquinário tipográfico importado da Inglaterra com o objetivo de levar para antigo Arraial de Meia Ponte (atual Cidade de Pirenópolis) o primeiro jornal de todo o Centro-Oeste brasileiro: A Matutina Meiapontense. O periódico circulou por quatro anos (1830-1834) e era distribuído, além de Goiás, para Mato Grosso e Minas Gerais. A Matutina funcionou também como o primeiro Diário Oficial do Estado, imprimindo as atas das sessões das câmaras legislativas de Goiás, e narrou o principal acontecimento do Brasil na época: a abdicação do imperador D. Pedro I, em abril de 1831. Durante os quatro anos de circulação, A Matutina Meiapontense, noticiava os fatos daquela época, mas também recebia várias correspondências dos seus leitores, estimulando, pela primeira vez, a interação mediada por um veículo de comunicação e se tornando o maior símbolo da modernidade em Goiás. 

O pontapé da história de Goiás se deu com a chegada dos bandeirantes, vindos de São Paulo, em busca de ouro, no final do século XVII e início do século XVIII. O contato entre nativos indígenas, negros e os bandeirantes foi fator decisivo para a formação da cultura do Estado, deixando como legado as principais cidades históricas, como Corumbá de GoiásPirenópolis e Goiás, antiga Vila Boa e primeira capital de Goiás.

O nome do Estado tem origem na denominação da tribo indígena “guaiás” que, por corruptela, se tornou Goiás. Vem do termo tupi “gwaya”, que quer dizer "indivíduo igual, gente semelhante, da mesma raça".

De acordo com a história, Bartolomeu Bueno da Silva, conhecido como o Anhanguera, foi o primeiro bandeirante a ocupar Goiás. Entretanto, o Estado era conhecido e fazia parte da rota dos Bandeirantes já no primeiro século da colonização do Brasil. As primeiras Bandeiras eram de caráter oficial e destinadas a explorar o interior em busca de riquezas minerais, e outras empresas comerciais de particulares organizadas para captura de índios.

A Bandeira saiu de São Paulo em 3 de julho de 1722. O caminho já não era tão difícil como nos primeiros tempos. Três anos depois, os bandeirantes voltaram triunfantes a São Paulo, divulgando a descoberta de cinco córregos auríferos, minas tão ricas quanto as de Cuiabá, com ótimo clima e fácil comunicação.

Pouco tempo depois, os bandeirantes organizaram uma nova expedição para a exploração do novo território, tendo Bartolomeu, agora como superintendente das minas, e João Leite da Silva Ortiz, como guarda-mor. A primeira região ocupada foi a do Rio Vermelho, onde foi fundado o arraial de Sant’Ana, posteriormente chamado de Vila Boa e mais tarde de Cidade de Goiás.

A época do ouro em Goiás foi intensa e breve. Após 50 anos, a mineração entrou em rápida e completa decadência. Por outro lado, só se explorou o ouro de aluvião, isto é, das margens dos rios, e a técnica empregada era rudimentar.

Goiás pertenceu até 1749 à capitania de São Paulo. Após esta data, tornou-se capitania independente. Com o declínio do ouro, o governo adotou medidas administrativas que não trouxeram resultado satisfatório. Não havia um produto tão vantajoso que pudesse substituir o ouro, até então, sinônimo de lucro fácil. Com a economia fragilizada, a sociedade goiana regrediu a uma economia rural e de subsistência.

Assim como no Brasil, o processo de independência em Goiás se deu gradativamente. A formação das juntas administrativas, que representam um dos primeiros passos neste sentido, deu oportunidade às disputas pelo poder entre os grupos locais.

A partir de 1940, Goiás cresce rapidamente, graças a alguns fatores como a construção de Goiânia, o desbravamento do mato grosso goiano, e a campanha nacional “Marcha para o Oeste”, que culmina na década de 50 com a construção de Brasília, e imprimem um ritmo acelerado ao progresso de Goiás.

Já na década de 1960, o Estado passa a apresentar um processo dinâmico de desenvolvimento. Nos anos mais recentes, Goiás passa a ser um grande exportador de commodities agropecuárias, com destaque para o rápido processo de industrialização. Hoje, está inserido no comércio nacional, aprofundando e diversificando, a cada dia, suas relações com os grandes centros comerciais.

O processo de modernização agrícola na década de 1970 e o posterior desenvolvimento do setor agroindustrial na década de 1980 representaram uma nova página para o desenvolvimento do Estado de Goiás. A expansão desses setores ampliou as exportações e os elos da cadeia industrial goiana.

Apesar da suposta “vocação natural” do Estado para agricultura, o papel interventor do setor público, tanto federal como estadual, foi vital para o processo de modernização da agricultura e desenvolvimento do setor agroindustrial. Porém, há registros de que o setor público foi essencial para a estruturação dessas atividades no território goiano. As culturas priorizadas foram, principalmente, a soja, o milho e, mais recentemente, a cana-de-açúcar. Tais culturas foram selecionadas devido ao seu maior potencial exportador e maior encadeamento com a indústria.

Em meio a essas transformações, em 1988, o norte do Estado foi desmembrado, dando origem ao Estado do Tocantins.

A partir da década de 1990 houve maior diversificação do setor industrial por meio do crescimento de atividades do setor de fabricação de produtos químicos, farmacêuticos, veículos automotores e produção de etanol. Fator responsável pela atração desse capital foram os programas de incentivos fiscais estaduais implementados a partir da década de 1980.

O dinamismo econômico provocado por todos esses processos ocasionou também a redistribuição da população no território, por meio de um intenso êxodo rural. As novas formas de produção adotadas, intensivas em capital, foram as principais responsáveis pela mudança da população do campo para a cidade. As cidades que receberam a maior parte desses migrantes do campo foram a capital, Goiânia, as cidades da região do Entorno de Brasília, como Luziânia e Formosa, e as cidades próximas às regiões que desenvolveram o agronegócio, como Rio VerdeJataíCristalina e Catalão.

Goiás também se tornou um local de alto fluxo migratório nas últimas décadas, sendo considerado um dos Estados com maior fluxo migratório líquido do país. As principais razões para esse alto fluxo migratório são a localização estratégica, que interliga praticamente todo o país por eixos rodoviários, o dinamismo econômico e também a proximidade com a capital federal, Brasília.



 

 

 

 

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2023

 https://youtu.be/mmFWTpKwY44


"Resumo

As revoltas na Primeira República foram motivadas por inúmeros fatores, como desigualdade social e pobreza, violência policial, medo, fanatismo religioso etc.

 

Guerra de Canudos (1896-1897)

 

Ruínas do arraial de Canudos.**

 

A Guerra de Canudos aconteceu no sertão da Bahia entre 1896 e 1897 e colocou o Exército brasileiro contra os habitantes de um arraial chamado Belo Monte. O arraial era liderado por Antônio Conselheiro, um beato (líder religioso local) que se instalou na região em 1893, após participar de protestos contra o aumento de impostos que tinha acontecido desde a Proclamação da República.

 

O arraial, que ficou conhecido como Belo Monte, ficava às margens do rio Vaza-Barris e já era habitado. Com a chegada de Antônio Conselheiro, o local cresceu e chegou a possuir cerca de 24 mil habitantes.|1| Belo Monte transformou-se em um centro que trazia novas perspectivas de vida a uma população de ex-escravos carente e que não tinha acesso à terra.

 

A atuação de Antônio Conselheiro como líder religioso também foi extremamente importante e responsável por atrair milhares de pessoas à procura do beato, e isso fez de Canudos um centro de romaria. Canudos não era um arraial com estilo de vida igualitário, mas, nas palavras das historiadoras Lilia Schwarcz e Heloisa Starling, tratava-se “de uma experiência social e política distinta daquela do governo central republicano”.|2|

 

A liderança religiosa de Antônio Conselheiro apresentava-se como um risco à Igreja, devido a sua grande popularidade e à experiência social e política com traços de igualitarismo. Ambos aspectos representavam uma ameaçava às elites econômicas locais, que se baseavam no latifúndio e no domínio dos coronéis. Sendo assim, Canudos era um risco para as elites da Primeira República e, por isso, na ótica dessas elites, precisava ser eliminada.

 

Assim, foram organizadas expedições militares com o objetivo de destruir o arraial. A primeira expedição foi organizada pelo estado da Bahia e foi derrotada pela resistência formada em Canudos. As segunda e terceira expedições foram organizadas por tropas do Exército e também foram derrotadas, tendo inclusive seu comandante morto em combate.

 

Na quarta expedição, organizada a partir de abril de 1897, a tropa enviada era composta cerca de 6500 soldados (incluindo os oficiais) equipados com armamentos modernos — incluindo canhões. O resultado final foi Canudos arrasado. As tropas queimaram e dinamitaram o arraial, e os prisioneiros foram degolados.

 

Acesse também: Entenda uma prática da Primeira República conhecida como degola

 

Guerra do Contestado (1912-1916)

A Guerra do Contestado aconteceu em uma área disputada pelos estados de Santa Catarina e Paraná entre 1912 e 1916. Assim como aconteceu em Canudos, na região do Contestado, uma série de sertanejos pobres e desalentados encontrou, no discurso de um líder religioso, chamado José Maria, uma alternativa para sua vida e passou a segui-lo.

 

O contexto em que ocorreu o Contestado era tenso. Primeiro, havia a disputa territorial entre Santa Catarina e Paraná. Além disso, parte da região contestada foi entregue para Percival Farquhar (um magnata conhecido por construir a ferrovia Madeira-Mamoré) para que construísse uma ferrovia que ligasse o Rio Grande do Sul a São Paulo.

 

No acordo de cessão de terras, a Farquhar  também foram entregues terras num raio de 15 km da ferrovia, para que ele pudesse explorar a madeira disponível na região. Acontece que a região já era habitada por pessoas que viviam de uma agricultura de subsistência e da erva-mate. A empresa vinculada a Farquhar, responsável pela exploração da madeira nessas terras, organizou tropas de jagunços para expulsar os habitantes da área.

 

Além disso, milhares de trabalhadores da ferrovia perderam seus empregos, o que reforçou o grupo de pessoas pobres. A guerra em si começou em outubro de 1912, quando um grupo de pessoas lideradas por José Maria instalou-se em Irani, na região contestada pelos dois estados. O agrupamento de pessoas em Irani foi entendido pelo Paraná como uma invasão coordenada pelos catarinenses, e, assim, esse estado atacou os sertanejos. Nesse ataque, José Maria acabou sendo morto.

 

Após a morte de José Maria, o fervor religioso prosseguiu com os sertanejos fundando uma série de comunidades autônomas. A existência dessas comunidades era enxergada pelos coronéis locais como uma ameaça, e foi daí que se iniciou a repressão contra as comunidades autônomas formadas pelos sertanejos.

 

A raiz do conflito é explicada pelo historiador Paulo Pinheiro Machado da seguinte maneira:

 

Os episódios de perseguição policial contra o monge José Maria foram motivados pelo temor da concentração de gente pobre do campo. As autoridades locais e estaduais, em sua maioria grandes fazendeiros e oficiais da Guarda Nacional, sentiam que tinham como missão subjugar os sertanejos que não se submetiam mais aos seus respectivos coronéis. Formavam-se grupos autônomos, com fortes vínculos religiosos, nos quais expectativas místicas mesclavam-se à crítica social. Originalmente, essas comunidades não eram hostis nem militarizadas, mas seu anseio por independência despertou a ira dos governantes, da imprensa e dos fazendeiros.|3|

 

A Guerra do Contestado estendeu-se até janeiro de 1916 e foi responsável pela morte de cerca de 10 mil pessoas. As comunidades autônomas foram destruídas e, nas décadas seguintes, foi realizado um processo de branqueamento daquela região.

 

Revolta da Vacina (1904)

A Revolta da Vacina aconteceu entre 10 e 16 de novembro de 1904, na cidade do Rio de Janeiro, à época, capital do Brasil. A Revolta da Vacina foi uma revolta popular que aconteceu pela insatisfação da população por conta da violência do processo de sanitarização da capital. Naquele momento, o Rio de Janeiro passava por uma campanha de vacinação forçada da população contra a varíola.

 

O contexto da Revolta da Vacina no Rio de Janeiro era conturbado e teve como estopim a campanha de vacinação forçada. O Brasil, na época, era governado por Rodrigues Alves, e a capital, por ordem presidencial, passava por um processo de modernização e revitalização. Nesse processo, ordenou-se, por exemplo, o alargamento de uma série de avenidas da cidade.

 

O processo de revitalização, por sua vez, acontecia às custas da desocupação de milhares de pessoas do centro do Rio de Janeiro. As desocupações aconteciam de maneira violenta e eram realizadas exatamente para dar lugar às obras de modernização e revitalização. Junto disso foi realizada uma campanha de erradicação de doenças que afetavam intensamente o país naquele período, como a varíola e a febre amarela.

 

A campanha de vacinação era liderada pelo sanitarista Oswaldo Cruz, e a forma como ela foi conduzida aliada à falta de informação levaram a população a rebelar-se. As vacinações compulsórias aconteciam de maneira violenta, e, além disso, serviços, como matrícula em escolas, passaram a exigir cartão de vacinação.

 

O temor da população à vacinação levou a uma grande revolta nas ruas do Rio de Janeiro durante os dias citados. O resultado da revolta, além da destruição material na capital, foi a morte de 30 pessoas e mais de uma centena de feridos.

 

Revolta da Chibata (1910)

A Revolta da Chibata aconteceu em 1910 e teve como estopim a insatisfação dos marinheiros negros contra os castigos físicos a que eram sujeitos na corporação. No começo do século XX, a Marinha brasileira era uma instituição marcada pelo racismo, uma vez que os cargos mais baixos da corporação eram ocupados por negros e mestiços que eram punidos com chibatadas quando alguma regra era violada.

 

Em 1910, os marinheiros já haviam manifestado sua insatisfação contra as chibatadas quando alguém era punido. O estopim para a revolta dos marinheiros aconteceu quando Marcelino Rodrigues Menezes foi punido com 250 chibatadas sem ter direito a tratamento médico. Os marinheiros, insatisfeitos com os castigos físicos, o racismo e a desigualdade social, rebelaram-se.

 

Os marinheiros tomaram o controle de quatro embarcações da Marinha exigindo o fim dos castigos físicos. O líder dos revoltosos era João Cândido, conhecido também como Almirante Negro. Os membros da revolta redigiram um manifesto ao presidente Hermes da Fonseca e ameaçaram atacar o Rio de Janeiro caso não tivessem suas reivindicações atendidas.

 

A Revolta da Chibata foi duramente reprimida com milhares de marinheiros sendo dispensados. Outros acabaram sendo presos, torturados e enviados para a Ilha das Cobras, enquanto outros ainda foram enviados para trabalhar em seringais na Amazônia. Muitos dos que foram enviados para os seringais foram fuzilados no trajeto.

 

quarta-feira, 2 de março de 2022

história da matemática

 

História da Matemática

 

 

Professor Lemuel @lemuelfreire   canal no youtube: história família e pescarias

A Matemática, como a conhecemos hoje, surgiu no Antigo Egito e no Império Babilônico, por volta de 3500 a.C.

Porém, na pré-história, os seres humanos já usavam os conceitos de contar e medir.

Por isso, a matemática não teve nenhum inventor, mas foi criada a partir da necessidade das pessoas em medir e contar objetos.

Como surgiu a matemática?

A matemática surge a partir da relação do ser humano com a natureza.

Na pré-história, o homem primitivo necessitava medir a distância entre fontes de água ou para saber se seria capaz de capturar um animal, etc.

Posteriormente, a partir do momento em que se tornou sedentário, precisou saber a quantidade de alimentos que necessitaria para comer. Também deveria entender como e quando ocorriam as estações do ano, pois isso significava saber em que época deveriam plantar e colher.

Desta forma percebemos que a matemática nasce com a própria humanidade.

Origem da Matemática

No mundo ocidental, a Matemática tem sua origem no Antigo Egito e no Império Babilônico, por volta de 3500 a.C.

Ambos os impérios desenvolveram um sistema de contagem e medição a fim de poder cobrar impostos dos seus súditos, organizar o plantio e a colheita, construir edificações, entre outras funções.

Outros povos americanos, como os incas e astecas, também criaram um sistema de contagem sofisticado com os mesmos objetivos.

Matemática no Antigo Egito

A história do Egito está intimamente ligada com o rio Nilo, pois o povo egípcio precisava aproveitar as vantagens das suas cheias.

Assim, é ali que se desenvolveram modelos para determinar o tamanho das terras. Para isso, eles usaram partes do corpo humano para estabelecer medidas como os pés, o antebraço e o braço.

Igualmente, elaboraram uma escrita onde cada símbolo correspondia 10 ou a múltiplos de 10. Importante lembrar que este sistema corresponde aos dez dedos que temos nas mãos.

Observe abaixo o sistema de numeração egípcia:

Numeração egípcia

Os egípcios empregaram a matemática para observar os astros e criar o calendário que usamos no mundo ocidental.

A partir do movimento do Sol e da Terra, eles distribuíram os dias em doze meses ou 365 dias. Igualmente, estabeleceram que um dia tem duração aproximada de vinte e quatro horas.

Matemática no Império Babilônico

A formação da matemática na Babilônia está ligada à necessidade controlar os impostos arrecadados.

Os babilônicos não utilizaram o sistema decimal, pois não usavam apenas os dedos das mãos para contar. Eles se serviam das falanges da mão direita e continuavam a contagem na mão esquerda, e assim contabilizavam até 60.

Este sistema é chamado sexagenal e é a origem da divisão das horas e dos minutos em 60 partes. Até hoje, dividimos um minuto por 60 segundos e uma hora, por 60 minutos.

Por sua vez, os babilônicos criaram um sistema de numeração cuneiforme e o escreviam os símbolos em tábuas de argila.

Veja a tabela abaixo com números babilônicos:

Numeração babilônica 

Matemática na Grécia Antiga

A matemática na Grécia Antiga engloba o período do séc. VI a.C. até o séc. V d.C.

Os gregos usaram a matemática tanto para fins práticos como para fins filosóficos. Aliás, um dos requisitos do estudo da filosofia era o conhecimento da matemática, especialmente da geometria.

Eles teorizaram a respeito da natureza dos números, classificando-os em pares e ímpares, primos e compostos, números amigos e números figurados.

Desta maneira, os gregos conseguiram fazer da matemática uma ciência com teoria e princípios. Vários matemáticos gregos criaram conceitos que são ensinados até hoje como o Teorema de Pitágoras ou o Teorema de Tales.

Matemática na Roma Antiga

Os romanos continuaram a aplicar todas as descobertas dos gregos em suas construções, como os aquedutos, na enorme rede de estradas ou no sistema de cobrança de impostos.

Os números romanos eram simbolizados por letras e seu método de multiplicação facilitou o cálculo de cabeça. Atualmente, os números romanos estão presentes nos capítulos de livros e para indicar os séculos.

Veja abaixo os algarismos e sua equivalência escrita em números romanos:

Números romanos

Matemática na Idade Média

Durante o período conhecido como Alta Idade Média, a matemática foi confundida com superstição e não era um campo do saber valorizado pelos estudiosos.

No entanto, isso se modifica a partir do séc. XI. Por isso, longe de ser uma "idade as trevas", neste período os seres humanos continuaram a produzir conhecimento.

Um dos mais destacados matemáticos foi o uzbeque Al-Khowârizmî, que traduziu as obras de matemática dos hindus para a Casa da Sabedoria, em Bagdá. Suas obras popularizaram entre os árabes os números como os escrevemos hoje.

Acredita-se que os comerciantes árabes os apresentaram aos europeus através de suas transações comerciais.

Idade Moderna

Na Idade Moderna, foram estabelecidos os sinais de adição e subtração, expostos no livro "Aritmética Comercial" de João Widman d'Eger, em 1489.

Antes, as somas eram indicadas pela letra "p", da palavra latina "plus". Por outro lado, a subtração era sinalizada pela palavra "minus" e mais tarde, sua abreviação "mus" com um traço em cima.

A matemática acompanhou as mudanças que as ciências passaram no período conhecido como Revolução Científica.

Um dos grandes inventos será a calculadora, realizada pelo francês Blaise Pascal. Além disso, ele escreveu sobre geometria no seu "Tratado do Triângulo Aritmético" e sobre fenômenos físicos teorizados no "Princípio de Pascal", sobre a lei das pressões num líquido.

Igualmente, o francês René Descartes contribuiu para o aprofundamento da geometria e do método científico. Suas reflexões ficaram expostas no livro "Discurso do Método", onde defendia o uso da razão e da comprovação matemática para chegar à conclusões sobre a causa dos fenômenos naturais.

Por sua parte, o inglês Isaac Newton descreveu a lei da gravidade através dos números e da geometria. Suas ideias consagraram o modelo heliocêntrico e até hoje são estudadas como as Leis de Newton.

A teoria da relatividade supôs uma nova perspectiva sobre a compreensão do espaço, do tempo e mesmo do ser humano.

 

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